Quem é Angelo Becciu, cardeal condenado por Papa Francisco e que quer votar no conclave?
- N.U.H

- 23 de abr.
- 2 min de leitura

Angelo Becciu é um cardeal italiano que se tornou figura central em um dos maiores escândalos financeiros da história recente do Vaticano. Condenado em 2023 por crimes como peculato e abuso de poder, ele enfrenta atualmente uma controvérsia ao insistir em participar do conclave que escolherá o sucessor do Papa Francisco, apesar de ter sido afastado de suas funções e prerrogativas cardenalícias.
Carreira e ascensão no Vaticano
Nascido em 2 de junho de 1948, em Pattada, na Sardenha, Becciu foi ordenado sacerdote em 1972 e ingressou no serviço diplomático da Santa Sé em 1984. Serviu como núncio apostólico em Angola, São Tomé e Príncipe e Cuba. Em 2011, foi nomeado Substituto para os Assuntos Gerais da Secretaria de Estado, uma posição que o colocava como chefe de gabinete do Papa. Em 2018, foi elevado ao cardinalato por Francisco e nomeado prefeito da Congregação para as Causas dos Santos.
O escândalo financeiro
Becciu foi acusado de envolvimento em transações financeiras irregulares, incluindo a compra de um imóvel de luxo em Londres que resultou em perdas significativas para o Vaticano. Além disso, foi acusado de transferir fundos da Santa Sé para organizações ligadas à sua família e de autorizar pagamentos suspeitos a terceiros. Em dezembro de 2023, após um julgamento que durou mais de dois anos, foi condenado a cinco anos e meio de prisão, tornando-se o primeiro cardeal a ser julgado e condenado por um tribunal do Vaticano.
Afastamento e perda de prerrogativas
Em setembro de 2020, o Papa Francisco solicitou a renúncia de Becciu de suas funções e retirou suas prerrogativas cardenalícias, incluindo o direito de participar de futuros conclaves. No entanto, Becciu manteve o título de cardeal, o que gerou debates sobre a extensão de sua exclusão. Ele argumenta que, como não houve uma renúncia formal ou expulsão do Colégio dos Cardeais, ainda teria o direito de participar da eleição papal.
Controvérsia no conclave
Com a aproximação do conclave de 2025, Becciu compareceu à primeira assembleia preparatória, alegando seu direito de participação. Sua presença gerou tensão entre os cardeais, e a decisão sobre sua participação será tomada pelo decano do Colégio Cardinalício, Giovanni Battista Re. O caso de Becciu destaca os desafios enfrentados pela Igreja Católica em lidar com questões de transparência e responsabilidade interna.
Implicações para a Igreja
A situação de Becciu levanta questões sobre a governança e a integridade das instituições vaticanas. Sua insistência em participar do conclave, apesar das condenações e do afastamento, coloca em evidência as complexidades legais e canônicas envolvidas na administração da Igreja. Além disso, o caso reflete as tensões internas e os esforços de reforma promovidos pelo Papa Francisco para combater a corrupção e promover maior transparência na gestão da Santa Sé.
Em resumo, Angelo Becciu é uma figura central em um momento crítico para a Igreja Católica, simbolizando tanto os desafios enfrentados na busca por reformas quanto as resistências internas a essas mudanças.
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